
IPTU Pindamonhangaba 2026 será impactado por uma mudança que vem mobilizando moradores desde o início do mês. Em votação apertada, realizada nesta terça-feira (18), os vereadores aprovaram, por 6 votos a 5, o projeto que revisa a Planta Genérica de Valores (PGV) da cidade. A atualização deve elevar o valor do imposto para 96,7% dos imóveis já no próximo ano, alterando a base de cálculo que determina quanto cada contribuinte paga.
A sessão, marcada por protestos do público presente, evidenciou a divisão política em torno de um tema que afeta praticamente toda a cidade. Mesmo assim, o projeto avançou em votação única, atendendo ao pedido da prefeitura, que havia enviado o texto em regime de urgência.
Segundo estimativas oficiais, dos cerca de 91 mil carnês previstos para 2026, apenas 3 mil devem registrar redução, enquanto todos os demais deverão apresentar algum grau de aumento.
Aproveite e leia: Quem tem direito à isenção do IPTU em 2026? Lista completa surpreende

Entenda por que o IPTU vai subir para quase todos os imóveis
O ponto central da proposta é a atualização da Planta Genérica de Valores, instrumento que estabelece o valor venal dos imóveis — base usada pela prefeitura para calcular IPTU e outros tributos urbanos. Apesar de ser frequentemente confundido com o preço de mercado, o valor venal serve apenas como referência fiscal.
A prefeitura argumenta que a PGV de Pindamonhangaba estava desatualizada desde 1997, o que significaria quase três décadas sem revisão. Nesse período, diversas regiões da cidade passaram por mudanças urbanas, valorização imobiliária e expansão populacional. Para o governo municipal, isso teria gerado distorções tributárias e contribuído para uma cobrança desigual entre bairros.
Com a revisão aprovada, o cálculo passa a considerar o valor do metro quadrado de cada região, multiplicado pela área do terreno e ajustado por diversos fatores de correção, como:
topografia,
condições do solo (pedologia),
padrão construtivo,
estado de conservação,
quantidade de área construída, incluindo sacadas e varandas.
Isso significa que cada imóvel passa a ter um valor venal individualizado, baseado em características específicas, e não apenas em valores generalizados por bairro ou zona urbana.
A prefeitura informou ainda que publicará um decreto detalhando o impacto por região, o que deve indicar os bairros onde a atualização será maior ou menor.
Como foi a votação e o que muda com a aprovação
A votação teve clima tenso e forte presença de moradores contrários ao aumento. Mesmo assim, o projeto foi aprovado pelos seguintes vereadores:
Votaram a favor:
- Carlos Moura – Magrão (PSD)
- Felipe César Filho – FC (PL)
- Gari Abençoado (Republicanos)
- Marco Mayor (PL)
- Prof. Everton (Republicanos)
- Prof. Felipe Guimarães (Podemos)
Votaram contra:
- Ana Paula Goffi (União)
- Gilson Nagrin (PL)
- Norberto Moraes (PP)
- Renato Cebola (União)
- Rogério Ramos (Podemos)
Com o aval da Câmara, a prefeitura poderá aplicar aumentos anuais de até 25%, de forma escalonada, para evitar um salto súbito nas cobranças. Mesmo assim, a expectativa é de que o impacto seja sentido pela maior parte dos moradores já a partir do primeiro carnê de 2026.
A gestão municipal calcula que a revisão deve gerar um incremento de R$ 22 milhões na arrecadação anual. Segundo o prefeito Ricardo Piorino (PL), esse montante será destinado a projetos de infraestrutura, manutenção urbana e serviços essenciais.
O prefeito justificou a necessidade da revisão no próprio texto enviado à Câmara:
“A Planta Genérica de Valores vigente encontra-se defasada desde 1997. Tal situação gerou distorções significativas na tributação imobiliária, comprometendo a justiça fiscal e princípios constitucionais do sistema tributário nacional.”
Apesar do argumento técnico, parte da população teme aumentos elevados e imediatos no imposto. A prefeitura afirma que os índices finais vão variar conforme bairro, padrão de construção e características específicas de cada imóvel.
O que esperar do IPTU de 2026 em Pindamonhangaba
Com a aprovação, a cidade se junta a outras do Vale do Paraíba — como São José dos Campos e Taubaté, que também revisaram suas plantas de valores recentemente. A atualização tende a ser uma tendência nacional, já que muitas cidades mantêm tabelas antigas, sem refletir a realidade urbana atual.
Para os moradores, o ideal é acompanhar o decreto por bairros, que deve ser publicado em breve, e conferir como cada fator impactará o valor final. O impacto maior tende a ocorrer em áreas que tiveram forte valorização imobiliária nas últimas décadas ou que tinham valores venais muito abaixo da média regional.
Mesmo com o escalonamento, a cobrança deve subir de forma consistente ao longo dos próximos anos. Já para os cerca de 3 mil imóveis que terão redução, o motivo é a readequação de valores que estavam acima do que a nova PGV considera justo.
O tema deve continuar repercutindo na cidade até a chegada dos novos carnês — o momento em que cada contribuinte descobrirá exatamente quanto pagará de IPTU em 2026.