
Este grupo de brasileiros será afetado nos financiamentos com o aumento da Selic
O Banco Central do Brasil emitiu um sinal de alerta nesta terça-feira (1º): o atual ciclo de aumento dos juros está tornando o crédito mais caro e restrito, o que deve afetar diretamente a classe média brasileira — especialmente quem depende de financiamento para comprar casa, carro ou manter o próprio negócio.
De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, a rentabilidade das empresas não financeiras está despencando. O retorno mediano sobre o patrimônio líquido deve cair para 3,92% até setembro de 2025, o menor nível desde 2017 e até mesmo abaixo dos piores momentos da pandemia de COVID-19. Isso indica que os negócios estão faturando menos e, como consequência, os bancos tendem a ser mais rígidos na liberação de crédito.
Para a classe média, que muitas vezes depende de financiamento para realizar conquistas importantes, como a casa própria ou um carro, a situação pode se complicar. O aumento da taxa Selic para 14,25% — com possibilidade de novos aumentos — encarece os juros dos financiamentos imobiliários, dos empréstimos pessoais e do crédito automotivo.

Classe média deve sentir no bolso: crédito mais caro e difícil de conseguir
A classe média é a que mais sofre quando o crédito aperta. São famílias que precisam de financiamento para crescer, mas que agora vão lidar com parcelas mais altas, menos tempo para pagar e exigências maiores dos bancos.
A combinação de lucros menores das empresas, inflação elevada e juros nas alturas está tornando o ambiente mais arriscado para as instituições financeiras. E quando isso acontece, os bancos reagem travando a concessão de crédito, ou só liberando para quem tem renda alta, nome limpo e bom histórico financeiro.
Na prática, isso significa que uma família que antes conseguia financiar um imóvel de R$ 250 mil, agora pode ter acesso a um valor bem menor — ou nem ser aprovada. O mesmo vale para quem tenta trocar de carro ou abrir um pequeno negócio.
O Banco Central deixou claro: a “capacidade de pagamento das empresas deve cair significativamente” e os riscos ligados à saúde financeira das famílias exigem vigilância constante.
Crédito à economia real cresce, mas bancos já sinalizam mais exigências para 2025
Apesar de o crédito às famílias ter crescido no segundo semestre de 2024, o relatório mostra que esse aumento ocorreu em setores considerados de maior risco: empréstimos para veículos usados com pouca entrada, e créditos pessoais sem garantia, por exemplo.
Mesmo com essa expansão, as instituições financeiras já demonstram que, a partir de 2025, vão agir com mais cautela na liberação de crédito, principalmente para quem tem renda mais apertada. Isso significa que a classe média, que já lida com orçamento apertado, pode ter mais dificuldade para conseguir crédito com boas condições.
A recomendação é clara: quem pretende financiar algo nos próximos meses deve se planejar bem, evitar atrasos e organizar a documentação. Um bom histórico de crédito será cada vez mais essencial para conseguir aprovação, principalmente com os bancos mais seletivos.