
05 coisas que os corretores não contam antes de vender um imóvel pela Caixa
Comprar um imóvel financiado pela Caixa Econômica Federal é, para muitos brasileiros, a realização de um sonho. Mas, nesse caminho, há detalhes importantes que nem sempre são explicados pelos corretores no momento da venda.
Entre a empolgação de conquistar a casa própria e o peso das parcelas, surgem custos extras, atrasos e problemas com construtoras que podem transformar o sonho em uma grande dor de cabeça.
Confira abaixo cinco coisas que ninguém te conta antes de fechar negócio com financiamento pela Caixa — e que você precisa saber antes de assinar qualquer contrato.

O corretor nem sempre conhece a construtora
Em muitos casos, o corretor responsável pela venda do imóvel não tem ligação direta com a construtora, nem conhece profundamente o histórico da empresa. Seu trabalho é, basicamente, vender o produto, receber a comissão e seguir para a próxima negociação.
É comum o comprador confiar totalmente na palavra do corretor, mas nem sempre ele tem informações completas sobre a qualidade das obras, os índices de atraso na entrega ou eventuais problemas judiciais envolvendo a construtora.
Por isso, antes de fechar negócio, pesquise por conta própria:
Consulte o CNPJ da construtora na internet e verifique se há processos judiciais ou reclamações em sites como Reclame Aqui.
Pergunte a outros compradores ou visite obras já entregues para ver a qualidade.
Busque referências no mercado imobiliário sobre a empresa.
Não se limite ao discurso comercial. Afinal, é o seu dinheiro e o seu futuro em jogo.
Custos extras podem surgir durante o processo
Outro ponto que muitos corretores omitem é que, durante o processo de financiamento pela Caixa, podem surgir custos extras inesperados. Um exemplo clássico é quando o engenheiro da Caixa faz a vistoria do imóvel e atribui a ele um valor inferior ao preço de venda acordado com a construtora ou proprietário.
Se isso acontecer, o banco vai liberar o financiamento apenas sobre o valor avaliado. A diferença entre o valor da avaliação e o preço negociado deverá ser paga pelo comprador diretamente ao vendedor, muitas vezes em dinheiro à vista, sem possibilidade de financiamento.
Exemplo: se você fechou a compra de um imóvel por R$ 300 mil, mas a Caixa avalia o imóvel em R$ 280 mil, os R$ 20 mil restantes terão que sair do seu bolso, além da entrada e de outras despesas.
Além disso, há custos como:
Taxa de avaliação do imóvel
Taxas cartorárias
ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis)
Seguros obrigatórios do financiamento
Muitos compradores não incluem esses custos no planejamento inicial e acabam tendo dificuldade em honrar os valores exigidos no processo.
O processo é muito mais demorado do que você imagina
Corretores muitas vezes transmitem a impressão de que a compra de um imóvel financiado pela Caixa é rápida e sem grandes obstáculos. A realidade, porém, é que o processo pode se estender por meses, dependendo de diversos fatores burocráticos.
Em média, um financiamento pela Caixa leva entre 3 meses e 1 ano para ser concluído, especialmente em casos de imóveis na planta ou quando há documentos pendentes.
São várias as etapas que podem causar atrasos:
Análise de crédito do comprador
Vistoria do imóvel
Análise documental da construtora ou do vendedor
Liberação do contrato
Registro do contrato em cartório
Liberação do valor à construtora ou vendedor
Qualquer irregularidade em documentos, dívidas pendentes ou problemas na obra pode adiar ainda mais o processo. Por isso, prepare-se emocional e financeiramente para esperar.
Desistir pode custar muito caro
Pouca gente sabe, mas desistir de um financiamento pode gerar prejuízos altos. Se, por qualquer motivo, o financiamento não for aprovado ou se você precisar desistir do negócio, muitas construtoras cobram multas sobre o valor pago na entrada.
Os contratos geralmente não possuem cláusulas que isentam totalmente o comprador dessas multas, mesmo que o problema venha do banco ou do vendedor. A lei estabelece limites para essas penalidades, mas, na prática, ainda assim pode haver perda significativa de dinheiro.
Por exemplo, se você deu uma entrada de R$ 50 mil, pode perder de 10% a 20% desse valor em multas e taxas administrativas no destrato. Esse é um aspecto que quase nunca é explicado com clareza pelos corretores, que preferem manter o foco na venda.
Antes de assinar qualquer contrato:
Leia todas as cláusulas sobre destrato.
Peça esclarecimentos por escrito sobre valores que podem ser retidos.
Exija que tudo esteja detalhado no contrato.
Depois de pagar, você está nas mãos da construtora
Outro ponto crítico que raramente é falado: uma vez que você paga a entrada e começa a arcar com as taxas, está totalmente nas mãos da construtora. E é justamente nesse momento que o tratamento ao cliente costuma mudar.
Muitos compradores relatam que, após assinar o contrato e pagar a entrada, a atenção e o cuidado por parte da construtora diminuem drasticamente. Informações passam a ser menos claras, há dificuldade para obter prazos precisos e, em alguns casos, o atendimento se torna impessoal.
Isso acontece porque, nesse estágio, a construtora já recebeu parte significativa do seu dinheiro. Para imóveis na planta, o risco é ainda maior: se a empresa atrasar a obra ou enfrentar dificuldades financeiras, o comprador pode ficar preso em um contrato sem conseguir a entrega do imóvel dentro do prazo previsto.
Para evitar problemas:
Pesquise sobre o histórico de entrega da construtora.
Exija cronograma detalhado de obras.
Peça tudo por escrito, inclusive promessas feitas verbalmente.
Comprar um imóvel financiado pela Caixa não precisa ser um pesadelo, mas é fundamental saber o que está por trás do processo. Nem sempre o corretor vai contar tudo, seja por desconhecimento ou por interesse em fechar o negócio rapidamente.
Por isso, vá além das promessas. Pesquise, pergunte, leia contratos com atenção e só assine quando estiver completamente seguro. Seu sonho da casa própria merece cuidado e planejamento.